Pará – Tarpon odivelense

07/01/2017 10:39

Betinho e um baby tarpon das águas paraenses

 

Sobre o destino
 
 
Nas águas de São Caetano de Odivelas, no Pará, a pesca do camarupim na mosca rendeu lições e boas histórias de um Brasil que pouca gente conhece
 
 
 
Toda vez que pensamos em uma pescaria de tarpons, nos lembramos de lugares como Flórida, México, Panamá e outros destinos fora do Brasil. Porém, nos esquecemos que as regiões Nordeste e Norte também são pródigas desse excepcional peixe esportivo. Rios como o Paraíba, no Estado de mesmo nome, o Cunhaú, no Rio Grande do Norte, e o Preguiças, nos Lençóis Maranhenses, estão entre os poucos que se tornaram conhecidos como bons pesqueiros do rei de prata.
 
A pequena cidade de São Caetano de Odivelas, no litoral paraense também é um desses redutos. Distante pouco mais de 100 quilômetros de Belém, ela tem fama de grande berçário natural de camarupins. Além de ser regionalmente conhecida como um bom point para peixes como robalos, xaréus, pescadas e salteiras.
 
Qualquer pessoa habituada aos estuários das regiões Sul e Sudeste fica impressionada com o visual dos manguezais do norte do País. À primeira vista, já salta aos olhos o porte das árvores ao longo dos canais, com mais de 10 metros de altura.
 
Igualmente chamativa, é a intensa cor rubra dos guarás (Eudocimus ruber) empoleirados nos galhos na maré cheia ou à caça de crustáceos no lodo do mangue quando na baixa.
 
Secar é o termo certo para caracterizar a amplitude das marés, que pode ultrapassar 7 metros num único período. Por isso, é necessário planejar antes de agendar uma pescaria na região.
 
Os períodos de “luas grandes” (cheia ou nova) devem ser evitados porque, pois a velocidade das águas dificulta o desempenho das iscas e ela turva com facilidade. Além disso, estruturas importantes como galhadas e pedras ficam literalmente no seco em um instante.
 
Outras dificuldades são a ausência de infraestrutura voltada para pesca esportiva e o choque cultural em relação à soltura de peixes: a modalidade mais praticada na região é o “pesque e leve”. Infelizmente, os guias locais ainda estranham ao ver alguém devolvendo um robalo-flecha para a água.
 
Nas imediações de São Caetano de Odivelas, pesca-se nos rios Mojuí, Maripanema, Cachoeira, Mucajuba, Boca do Furo Grande e Guará, perto da Praia da Romana.
 
 
 
Dicas de viagem
 
 
Como chegar
 
as principais companhias aéreas têm voos regulares até Belém. De lá a São Caetano de Odivelas, as principais vias de acesso são a BR-316 e a PA-140. O turista pode alugar um carro ou combinar o frete com o local em que ficará hospedado.
 
Equipamento recomendado
 
Fly: vara número 8 ou 9, com linha flutuante ou intermediária (intermediate); iscas: streamers em anzol 1/0 com predomínio de cores claras, vale lembrar que o alimento básico dos tarpons é a sardinha.
 
Baitcasting: conjunto classe 17 a 20 libras, com vara de 5’6 a 6 pés, linha de multifilamento de 0,30 mm e líder de fluorcarbono de 0,50 mm; iscas: plugs de meia-água, shads e jigs de penas com 7 a 9 cm, com destaque para as cores branca e verde-limão.
 
Iscas naturais: conjunto classe 20 a 25 libras, com vara de 5’6” a 6 pés, linha de multifilamento de 0,30 mm, líder de fluorcarbono de 0,50 a 0,60 mm, boias de arremesso e chumbadas de 30 a 50 gramas; iscas: sardinhas vivas.
 
 
Serviço
 
 
Onde ficar:
 
– Pousada do Careca: dispõe de apartamentos com cama de casal ou solteiro, todos com TV e ar condicionado. Localizada no centro da cidade, tem dois restaurantes, um num trapiche e outro flutuante. Os cafés-da-manhã estão inclusos na diária.
 
Tel.: (91) 3767-1195 / 9194-2318 / 9964-6025
 
– Hotel Mangal: dispõe de 12 suítes com cama box, sofá cama, ar condicionado, frigobar e TV. Possui bar e restaurante, e tem vista para o mar. Terceiriza os serviços de barcos e guias para pesca no ato da reserva. Está a 500 metros do centro da cidade.
 
Tel.: (91) 9611-8267 / 9232-0299 www.hotelmangal.com.br
 
– Pousada Pedacinho Carioca: dispõe de suítes com ar condicionado (com TV) e com ventilador (sem TV). Todas as suítes são avarandadas e de frente para o mar. Fica no centro da cidade.
 
Tel.: (91) 3767-1140 e-mail: josy.belem@hotmail.com
 
Cultura:
 
a manifestação cultural mais conhecida do município é o boi de máscara, completamente diferente do boi-bumbá tradicional por não possuir enredo ou personagens teatrais. Portanto, não há número limitado de brincantes.
 
Sua base fica em torno da música, da dança e de muita criatividade. Os dois principais grupos são o “Boi Faceiro” e o “Boi Tinga”, considerados os maiores expoentes da cultura local e do Estado.
 
São Caetano possui também duas bandas de música centenárias, a banda Rodrigues dos Santos, que completou 128 anos, e a Milícia Odivelense, com 105 anos, ambas conhecidas em todo o Pará.
 
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Fotos: André Natale e Pedro Santana